Praxe?
As aulas começam na segunda. Ainda não tenho o meu horário mas também não há problema. A residencia é grande e alguém há-de ter. Mas não é sobre isso que eu quero falar.
Parece que a universidade organiza todos os anos uma viagem para todos os novos alunos -- Freshman Trip. É preparada por alunos e dura normalmente três dias. Este ano foi a semana passada. E claro que eu fui.
A partida foi na quarta de manhã. Tinhamos de estar à porta da universidade às 8h25 para partirmos. mas eram 9h45 e ainda estavam a receber inscrições. Mais um ponto para a pontualidade dinamarquesa! Acordei eu cedo para estar a espera. E foi aqui que tudo começou a correr mal. Partimos e descubrimos que não havia uma viagem, mas sim quatro viagens diferentes. Cada camioneta tinha um destino diferente. Fixe! ainda bem que avisam. Vou passar três dias com uma cambada de nativos bêbados. Sim, porque a viagem não era só para os estudantes internacionais mas também para os dinamarqueses. Na viagem distribuiram uma música que tinhamos de saber de cor até sexta. Mas era uma música sem sentido nenhum. Em dinamarquês ainda por cima.
Só soube para onde estavamos a ir porque via as placas na estrada. Ficamos numa casa no meio da floresta em Silkeborg. Longe de tudo. Parece que outro dos grupos estava na fronteira com a Alemanha, outro perto de Horsens e outro ninguém sabia. E a casa? Um espectáculo! Para escuteiros, não para mim. Dois quartos, um para rapazes e outro para raparigas, com colechões no chão; sem cortinas nas janelas, para uma pessoa não ter dificuldade em acordar de manhã; e casa de banho com três choveiro que eu até tive medo de perguntar se tinha água quente (tinha).
Mal chegamos o chefe mor começou logo a explicar como é que ia ser: O objectivo desta viagem e beber o máximo número de cervejas possiveis no menor tempo possivel. Não estou a exagerar. Havia um prémio para quem mais bebesse durante os três dias e outro para quem bebesse uma cerveja de penalti no menor tempo. Isto pode ser cultura dinamarquesa mas para mim é mas é a cultura da mediocridade. Também havia penalizações para quem não cumprisse as regras. E adivinhem qual era o castigo. Beber uma cerveja de penalti. É que nem sequer estavam no frio. Bebiam aquilo à temperatura ambiente. É verdade que não são iguais à Super Bock mas mesmo assim...
Dividiram-nos em grupos e distribuiram tarefas pelos grupos. O meu teve de fazer um jantar, limpar a cozinha uma vez, limpar a área à volta da casa e ainda apresentar um espectáculo sobre a música supra citada.
Tirando a parte da cultura da cerveja o resto até foi interessante. No primeiro dia tivemos um percurso de orientação pela floresta. Pelo menos não choveu. E na quinta tivemos de contruir uma ponte com dois pedaços de cartão, corda e uma cola com duas características: podia-se comer e não colava. A ponte do meu grupo aguentou com uma rapariga. Mas houve outra ponte que além da rapariga ainda aguentou com um caixote com pacotes de sumo.
O último jantar valeu a pena. Recriamos um casamento. Tivemos os noivos, os pais dos noivos, o padre, o ex-namorado do noivo, o verdadeiro pai do noivo, a amante do marido da mãe do noivo. e o filho da noiva e do padre. E para variar o pessoal ficou todo bebado. Pelo menos o vinho branco era português, da Bairrada.
No último dia mais uma vez tive de acordar cedo para nada. Depois de dormir três horas acordaram-nos às 6h porque tinhamos de limpar a casa toda. Tomamos o pequeno-almoço e ficamos uma hora a espera que a camioneta chegasse para nos vir buscar. pelo menos não tivemos de cantar aquela horrivel música no regresso. Mal cheguei à residencia (11h45) fui dormir até às 17h... Depois fui até ao festival mediaval...